sexta-feira, 13 de novembro de 2009

educação ludica



Para quem fundamenta seu trabalho em uma proposta lúdica como eu, bem sabe que esta proposta é mais divertida, mais prazerosa, as crianças aprendem mais e se sentem menos inseguras na escola. Contudo, sabe também que não é fácil superar o formalismo da tradição escolar, e que as folhinhas xerocadas inspiram muito mais confiança, do que jogos de estratégia, por exemplo.

Quando comecei a trabalhar em uma escola iniciei minha proposta com um projeto sobre cultura indígena. Todos os dias líamos contos indígenas, explorávamos fotos e livros sobre a aldeias, e jogávamos jogos de estratégia, presentes nesta cultura.
Muitas famílias também se mostravam muito preocupadas, dizendo que estavam preocupadas porque as crianças não estam indo com os cadernos "cheios" para casa.

Encontrei nas palavras de Perrenoud uma explicação para essa visão da educação lúdica:

"As novas pedagogias destacam a ludicidade na sala de aula, dando importância ao prazer de aprender e fazer. A insistência no caráter lúdico das atividades escolares, com o que isso não supõem de arbitrário e de gratuito, corresponde melhor à imagem das profissões intelectuais, ricas em tarefas apaixonantes, criativas e lúdicas, do que à imagem do trabalho como necessidade econômica, como tarefa alimentar realizada em situações de desconforto, de contínua vigilância, de cansaço e aborrecimento.
Quando as crianças de origem popular que frequentam uma sala de aula ativa contam sua jornada na escola, seus pais podem ter a impressão de que os filhos brincam o dia inteiro, que não se exige deles nenhum esforço, que não se impõe a eles nenhum limite e, portanto, que não aprendem nada. A escola em que se aprende brincando, em que a aquisição dos conhecimentos não é sinônimo de sofrimento, de esforço e de competição, é uma escola que, geralmente, a geração dos pais não conheceu.

Para aqueles que não estão familiarizados com as psicologias da moda, para aqueles cuja experiência do trabalho escolar e profissional torna pouco crível ou mesmo incompreensível a idéia de que é possível aprender brincando, as novas pedagogias parecem pouco sérias.

Sabe-se, em todas as classes sociais, que ela sem dúvida pretende tornar as crianças mais felizes, fazer com que elas vão à escola sem angústia, com prazer. No entanto, confia-se menos em sua eficácia. Nos meios de operários, de artesãos, pequenos comerciantes e empregados, as novas pedagogias podem não ser levadas a sério, o que desqualifica as crianças e seu professor e cria uma distância entre a escola e o ambiente familiar."

Perrenoud
Postado por Profª Marluci
Retirado da internet

Nenhum comentário:

Postar um comentário